quarta-feira, 27 de maio de 2009

Viva o rock em espanhol!

A relação de nós brasileiros com a música cantada em espanhol é quase inexistente. Apesar da proximidade geográfica do Brasil com quase todos os países da América do Sul e do fato de termos uma ampla cobertura de Internet nas principais cidades do país, continuamos totalmente ignorantes quanto à música produzida por nossos vizinhos regionais, bem como dos espanhóis, mexicanos e de países da América Central.

Tenho certeza que se eu pedir para os meus amigos nomearem pelo menos três artistas ou bandas que cantem em espanhol (não vale Shakira nem Ricky Martin), nenhum deles conseguirá se lembrar nem de dois nomes, e a maioria sequer conseguirá citar um único nome.

Um dos principais motivos de desconhecermos boas bandas que cantem em espanhol é o preconceito que nós brasileiros temos com o idioma hispânico. Paradoxalmente, aprendemos inglês na escola ao invés da língua corrente de todos os nossos vizinhos geográficos com exceção das Guianas. Muitos de nós acham que a língua espanhola é feia e que soa mal, e, portanto, cria-se uma barreira linguística (que é facilmente transponível com um pouquinho de vontade). Ah, junte aí o fato de o brasileiro não gostar de ser chamado de latino e o muro que nos separa da música em espanhol fica ainda maior.
Outro fator que contribui para a falta de popularização da música em espanhol no Brasil é que nosso país é uma espécie de "Estados Unidos regional", ou seja, devido a nossa hegemonia no Cone Sul, somos um centro de grande produção cultural e exportamos nossa música para nossos vizinhos, sobretudo a Argentina. Pergunte a qualquer argentino com menos de 25 anos o nome de bandas brasileiras que eles conhecem: a resposta estará na ponta da língua e incluirão, pelo menos, Paralamas do Sucesso e Legião Urbana.

O que me motivou escrever este post foi o fato de recentemente eu ter me apaixonado por uma banda da Espanha conhecida como El Canto del Loco. ECDL, como também é conhecida, faz um dos melhores pop-rock que já ouvi em toda a minha vida. E essa minha afirmação não é mero exagero; basta escutá-los e você vai ver que a banda só não é mais famosa a ponto de ter canções em filmes
hollywoodianos porque não canta em inglês.

Mesmo com toda a dificuldade de fazer música de sucesso em sua língua nativa, diversos cantores e bandas continuam a fazer boa música
en español. Use e abuse do YouTube, Mp3Tube ou Deezer para curtir a música dessas bandas que cito como indicação:

- El Canto del Loco (Espanha)
- Fito Páez (Argentina)
- La Ley (Chile)
- Bellanova (México)
- Attaque 77 (Argentina)
- La Oreja de Van Gogh (Espanha)
- Carajo (Argentina)
- Los Fabulosos Cadillacs (Argentina)
- Café Tacvba (México)
- Ska-P (Espanha)
- Bacilos (Colômbia/Porto Rico/Brasil, porém radicados em Miami)

Acreditem em mim,
chicos: vale muito a pena ficar ligado no som que nuestros hermanos fazem.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Olá, blogosfera!

A expressão "antes tarde do que nunca" realmente veio a calhar para mim. Depois de anos prometendo a mim mesmo que iria começar um blog, somente agora resolvi criar coragem para fazer o meu début no mundo dos blogueiros.


Seguindo os passos dos meus amigos e ex-colegas de trabalho Marcos Álvares e Gustavo Monteiro, resolvi fincar minha bandeira na blogosfera para escrever pensamentos aleatórios e comentários sobre os mais variados assuntos.


Citando o meu amigo Marcos:

"Quem acha que isso é um ato altruista, de propagação de conhecimentos ou coisa parecida, está enganado! A maioria das pessoas escrevem blogs por pura terapia, engenharia social ou auto-afirmação. A maneira mais rápida de conseguir fundamentos ou contradições para uma idéia é coloca-la a prova. Os loucos são feitos do acumulo de idéias sem fundamentos.
Tendo em vista todos esses benefícios sociais e mentais, descritos acima, resolvi expor meus estudos e reflexões."

O nome do blog é uma homenagem à música "Lourinha bombril", dos Paralamas do Sucesso. Em tempos de globalização, os versos
"Häagen-Dazs de mangaba / Château canela preta / Cachaça made in Carmo dando a volta no planeta" nunca foram tão atuais como são hoje.


Apresentação:

Me chamo Júlio César Fort, nascido no ano de 1985 em Recife. Entusiasta de computação metido a besta, filósofo de bar e atleta de final de semana.

Sou estudante de Engenharia da Computação na Universidade Federal de Pernambuco e turista no curso de Telecomunicações no Instituto Federal de Pernambuco (antigo CEFET-PE). Trabalhei durante pouco mais de um ano com segurança da informação no maior instituto de pesquisa e desenvolvimento de software do Brasil e também em grandes players de segurança no mercado brasileiro e europeu.

Fui bastante precoce com computadores, paixão que cultivei ao longo de toda a minha adolescência. Comecei a me interessar por
hacking nos idos de 1995, com apenas 10 anos, após ler a edição de Outubro daquele ano da revista Superinteressante. Dei meus primeiros passos em direção a uma postura mais séria com informática dois anos depois, quando comecei a programar em Delphi e quebrar meus primeiros sistemas por aí.
Ao contrário de muitos que renegam o seu passado, me orgulho de ter feito parte da primeira (ou segunda, não sei bem ao certo) geração do
hacking brasileiro, com diversas contribuições que ajudaram a construir os alicerces do computer underground nacional.

Durante os últimos 15 anos que passei grudado na tela do computador, vi e participei de muita coisa. Lembro bem de ter usado MS-DOS e Windows 3.1 na escola, ter instalado no meu computador a primeira versão do Windows 95, ter perdido dias (e os dados do HD) para instalar uma versão arqueológica do Slackware Linux, ter baixado o primeiro release do KDE numa sofrível conexão discada nos tempos da Telpe. Por falar nisso, alguém aqui ainda se lembra de quando pagávamos R$ 2000 para ter uma linha telefônica de péssima qualidade que a cada cinco ligações, duas davam "linha cruzada"?
Também testemunhei o nascimento da primeira bolha da web, época que se ouvia a cada semana que um investidor estava negociando com um jovem espinhento qualquer a compra do seu site de busca feito no porão de casa. Garotos ficaram milionários da noite pro dia, e pobres do dia pra a noite com o estouro da bolha. E, pasmem, estou testemunhando o hype da web novamente! Na Internet o tempo parece mesmo ser cíclico.

Recentemente desisti da idéia de ser o garoto mais técnico do pedaço e, desde então, tenho me aprofundado e me encantado cada vez mais com diversos aspectos importantes relacionados a informática que os técnicos costumam a achar que são irrelevantes, como questões de negócios, publicidade, marketing, inovação tecnológica e afins.

Espero que gostem do blog e o acompanhe sempre que puderem.